quarta-feira, 2 de julho de 2008

Passeio no Tejo a bordo do Varino Pestarola


A Câmara Municipal do Barreiro sugere passeios no Rio Tejo a bordo do Varino Pestarola. Os passeios são gratuitos até Setembro e é necessária marcação prévia através d0 telefone 212 148 760. As marcações para os fins-de-semana estão bastante preenchidas por isso convém marcar com alguma antecedência.

Existem 2 modalidades nas quais o passeio se processa:
- Dia inteiro das 10h às 16h com paragem na ilha do Rato para almoço (cada visitante terá de levar o seu).
- Passeio de 2 horas e meia, de manhã (9h30 - 12h) ou de tarde (14h30 - 17h).

O passeio só se realiza numa das modalidades uma vez que só existe um barco. Se alguém marcar passeio para o dia inteiro não haverá a modalidade de manhã/tarde e vice-versa.
O número mínimo de passageiros para que a viagem se realize é de 5 pessoas e a capacidade máxima são 23.

Aqui fica uma breve descrição histórica sobre este tipo de embarcações e sobre a motivação desta iniciativa.

As povoações ribeirinhas que constituem o concelho do Barreiro desenvolveram-se e progrediram através da sua forte ligação com o Rio Tejo e Lisboa.
Em toda a região do estuário do Tejo surgiram e evoluíram, desde a Idade Média, embarcações que procuraram responder às necessidades de transporte de pessoas e mercadorias dos quais se destacaram entre outras: o barco dos moios (transporte de sal), o bote de pinho (transporte de lenha), a muleta (pesca); a fragata, o batel, a falua e a canoa.

A partir da segunda metade do séc. XIX surge o varino, embarcação essencial de carga. Enverga um pano triangular latino num só mastro, e à proa uma pequena vela. Assegurava a circulação de bens (carvão, areia, cortiça, madeira, cereais, etc.) em toda a zona estuarina.
Semelhante à fragata, distingue-se desta pela roda da proa bastante pronunciada, o fundo liso e sem quilha, o que lhe possibilitava navegar em águas pouco profundas.

Embarcação leve e airosa, apresenta uma decoração muito exuberante e de raiz popular. A proa é constituída geralmente, por um painel de cores garridas, em que contrastam o amarelo, o azul, o branco ou vermelho, sobre um fundo negro. Destacam-se os grandes ramalhetes e cercaduras de flores, onde sobressai a denominação da embarcação, executada com esmero. O seu interior é igualmente decorado, à volta da amurada, na escotilha do porão ou nas molduras e bandeiras das portas.

A origem do varino Pestarola ainda hoje é uma incógnita. No início dos anos 30 encontrava-se em Alhandra, nos mouchões do Tejo, com a designação de Camponês, possivelmente ao serviço da Companhia das Lezírias. Em 1946 é adquirido pelos Armazéns José Luís da Costa, sociedade de armadores e secagem de bacalhau, instalados em Palhais, para realizar o transbordo do pescado para a fábrica.

Em 1999, a Câmara Municipal do Barreiro adquire o varino Pestarola com vista à salvaguarda e preservação do património cultural e ambiental. Assim, a recuperação e o restauro desta embarcação tradicional do Tejo, integra-se nas políticas da Autarquia em resgatar antigos saberes artesanais, ligados à construção naval em madeira, e em transmitir técnicas tradicionais de navegação à vela.

Ao longo do ano e sempre que as condições climatéricas o permitam, realizam-se viagens ao longo da orla marítima do Barreiro, com diferentes públicos, mas com especial destaque para o público escolar.


Horário das Viagens:
- 10h às 16h com paragem na ilha do Rato para almoço.
- 9h30 - 12h ou 14h30 - 17h.

Tel.: 212 148 760

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