segunda-feira, 30 de junho de 2008

De bicicleta pela Ásia


Em 1996 um par de bicicletas saía de Zurique, Suíça, para quatro anos depois chegar a Banguecoque, Tailândia. Uma história destas facilmente dava um livro. E deu. Chama-se Pedalar Devagar (Bertrand), narra as aventuras de Valérie e João Gonçalo Fonseca, ela suíça, ele português, e já chegou às livrarias.

«Uma coisa é viajar, outra é estar de férias. Viajar profundamente, para mim, não são férias», diz João Gonçalo Fonseca ao SEXTA. Lisboeta de 43 anos, licenciado em Matemáticas Aplicadas, João conta mais de 120 mil quilómetros feitos à boleia. Foi assim que conheceu Valérie.

Esta é uma história de amor e de amor pelas viagens. As vidas destes dois globetrotters cruzaram-se na turca cidade de Istambul. «A partir daí começámos a viajar juntos e rapidamente nos tornámos namorados», lembra João. «Viajámos durante dois anos, por África, Médio Oriente, Europa. Éramos jovens e foi uma aventura fantástica.»

Não é a história dessa viagem pelo continente africano e pelas arábias que se conta em Pedalar Devagar ? apesar de, garante João, esse outro livro estar a ser escrito. Em 326 páginas, Valérie e João condensam memórias inscritas em 20 diários, falam da China, Índia, Vietname, Sri Lanka. E de pessoas. Percorreram 24 países, sem datas estabelecidas mas ficando pelo menos um mês em cada um ? permaneceram um ano na China e outro na Índia.

«Fazíamos entre 80 a 120 quilómetros por dia. As bicicletas iam carregadas cada uma com 40 kg de bagagem», conta João. «Dormimos em casa de muitas pessoas, na Rússia, no Vietname. Gastávamos, os dois, cerca de 300 euros por mês. Esticámos muito o dinheiro.» Dinheiro que o casal juntou a trabalhar na Suíça.

Agora com dois filhos e a viver em Zurique, Valérie e João voltaram às rotinas, mas «o bichinho de viajar continua». No ano passado, já acompanhados, correram Marrocos de carrinha durante um mês. Sempre devagar.



«O mês no Tibete foi o mais difícil»

Nem tudo foi fácil na jornada de Valérie e João Gonçalo Fonseca. «No Tibete pedalámos a 4 mil metros de altitude, às vezes 5 mil. O oxigénio era pouco mas a comida também», diz João, para quem o mês passado no país do Dalai Lama foi «o mais díficil» da sua vida. A malária que apanhou João e a fogueira de carvão que intoxicou Valérie foram outros sustos.Tudo acabou bem.

Hélder Beja @ Sexta

O Livro está disponível na FNAC pelo preço de 15,26€ e na Bertrand por 15,25€.

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